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sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Otite sem dor

Artigo retirado daqui.

Sabia que seu filho pode ter a doença sem que você nem sequer desconfie? Estudo mostra que a otite média, que atinge quase 70% das crianças de até 2 anos, não apresenta os sintomas clássicos como se pensava

por Alexandre Gajardoni
foto Denise Helfestein
infográfico Thiago Lyra


Criança chorando com febre e dor na orelha (os médicos entrevistados preferem orelha, e não ouvido). Sinais que praticamente não deixam margem a dúvidas: "Só pode ser otite", "diagnosticam" os pais mais experientes. Ocorre que nem todo problema no sistema auditivo vem acompanhado de febre, dor e choro. Uma pesquisa realizada na Universidade do Sagrado Coração, em Bauru, interior paulista, acompanhou 190 crianças, do nascimento aos 2 anos de idade, para verificar a ocorrência da otite média com efusão. O que é isso? Trata-se de uma otite caracterizada pela presença de um fluido escorrendo da orelha e que, na maioria das vezes, não apresenta os sintomas comuns de uma infecção.

"Esse tipo de otite tem diversas causas, desde obstrução na trompa de Eustáquio, o canal que comunica o ouvido médio com a garganta, até processos alérgicos que causam inchaços nessa região, passando por infecções que irritam a mucosa do órgão", explica Sandra Saes, fonoaudióloga, professora da Universidade do Sagrado Coração e autora da pesquisa. Nela, 68,4% das crianças tiveram otite pelo menos uma vez, incidência expressiva não só no Brasil, mas no resto do mundo. "E, até os 5 anos de idade, cerca de 95% delas terão o problema pelo menos uma vez", prevê o otorrinolaringologista Sady Selaimen, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e presidente da Sociedade Brasileira de Otologia.

Em grande parte dos casos, os pais nem percebem o problema, que em geral sara sozinho. Mas o quadro pode se complicar, evoluindo para otite crônica e, em casos mais graves, surdez. No mínimo, esse tipo de otite causa uma perda parcial e temporária da audição e a criança pequena, claro, é incapaz de explicar que os sons chegam abafados. "Se ela estiver em fase de desenvolvimento da linguagem, poderá apresentar problemas no futuro, tanto na fala e na alfabetização quanto em atividades que exigem concentração", alerta Sandra. E quanto mais recorrente for a otite, pior. Mesmo com a audição normalizada, a criança que ficou ouvindo em surdina por um bom tempo age como se tivesse dificuldade para "separar" os sons do ambiente e compreendê-los. É como se ela não tivesse prendido a ouvir. Por isso preste atenção no comportamento do seu filho. Se ele não atende de pronto quando você o chama, aumenta o volume da televisão a todo instante, passa a mão constantemente na orelha ou vive mal-humorado, pode ser uma otite. Vale checar com o pediatra.

DÊ OUVIDOS A ESTAS DICAS
Prevenir a otite do seu filho depende, em grande parte, de cuidados simples

• Mantenha limpos os locais em que ele brinca e dorme.

• Não fume perto dele. Crianças expostas a fumaça de cigarro sofrem mais.

• Um gorro pode ser uma boa proteção nos dias frios, quando os pequenos estão mais sujeitos a doenças das vias aéreas superiores, fortemente associadas à ocorrência de otite.

• Na hora de amamentar, deixe o bebê mais inclinado, quase em pé. "Quando ele mama deitado, o leite pode escorrer internamente para a orelha e irritar a mucosa, provocando a secreção", alerta a pediatra Sandra Saes.

• Bebês que mamam no peito por um ano, no mínimo, têm o sistema imunológico mais forte. Assim, resistem mais a doenças e infecções e, conseqüentemente, sofrem menos com otites.




Saiba de que forma a otite prejudica a transmissão dos estímulos sonoros

A orelha produz um muco protetor. Quando ocorre uma infecção ou inflamação, essa produção aumenta. Além disso, pode haver um entupimento na trompa de Eustáquio, que vai provocar um acúmulo desse fluido na orelha média. E isso impede que uma espécie de alavanca, formada por três ossículos, funcione corretamente, prejudicando a audição. Aí tudo soa abafado.

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